Primeiras impressões: Land Rover Range Rover Vogue 2013

Jipe chega ao Brasil em fevereiro e deverá romper barreira dos R$ 500 mil.

A história da Land Rover, que ultrapassa os 60 anos, pode ser dividida entre pré-Evoque e pós-Evoque. Lançado em 2011 como o mais revolucionário carro da fabricante britânica – o primeiro que não era um utilitário esportivo –, o crossover carrega a responsabilidade de trazer clientes mais jovens para a marca e, o mais importante, ser a diretriz estilística para os futuros modelos. O primeiro a se render às linhas do mais novo integrante da linha Range Rover é justamente o mais velho deles, o Range Rover Vogue.

A quarta geração do jipe de luxo apelou para certos abusos, como diminuir o tamanho dos faróis, torná-los mais retangulares e, para deixar os cabelos da rainha Elizabeth II (dona de um exemplar da atual geração) em pé, eles agora invadem parte da lateral do carro.

Nela, foram inseridos recortes verticais, que se unem a um inédito friso. Na traseira, as lanternas ficaram mais alongadas e também invadem a lateral, como se tentassem “alcançar” a ponta dos faróis. Pode parecer pouco, mas foram necessários 42 anos para que um Range Rover se permitisse tais “extravagâncias”.


A delicada tarefa de mexer num carro emblemático sem desapontar uma legião de fãs seguiu uma premissa: “nossos clientes pediam para não mudarmos o Range Rover, apenas melhorá-lo”, explica Richard Woolley, diretor de design da Land Rover. O objetivo foi alcançado: seria plenamente possível identificar o modelo como um Range Rover mesmo se os logotipos na carroceria fossem extraídos.

'Cirurgia bariátrica'

A reforma visual é acompanhada de uma ainda mais profunda renovação estrutural. O novo Range Rover não é uma continuidade do último modelo, lançado em 2001. O time de engenharia refez o caro do zero, segundo a Land Rover. Prova disso é a substituição do aço pelo alumínio, que agora é usado desde a carroceria até as suspensões. Resultado: emagrecimento de até 420 kg, dependendo da versão. É mais da metade de um Fiat Mille.

De acordo com a Land Rover, a nova geração está, em média, 9% mais rápida nas acelerações, enquanto o consumo foi reduzido em até 10%. Em contrapartida, teve suas dimensões ampliadas, passando para os 4,99 m de comprimento, 1,98 m de largura e 2,92 m de entreeixos. Portanto, quem viaja nos bancos traseiros tem 12 cm a mais para as pernas, segundo a marca.
No Brasil

Ainda sem preço definido, o novo Ranger Rover Vogue (esta última parte do sobrenome é exclusiva do Brasil) chega ao mercado brasileiro em fevereiro de 2013. Ultrapassará, certamente, os R$ 500 mil, já que os atuais modelos custam entre R$ 426 mil e R$ 499 mil. Ainda assim, o diretor de marketing do grupo Jaguar Land Rover para a América Latina, Adriano Resende, espera saltar dos 150 emplacamentos anuais para 200 no próximo ano.

Concorrentes do Land Rover Range Rover Vogue

Das quatro opções de motor – 3.0 V6 (turbodiesel, 258 cv), 5.0 V8 (gasolina, 375 cv), 4.4 V8 (turbodiesel, 339 cv) e 5.0 V8 Supercharged (gasolina, 510 cv) –, só as duas últimas serão oferecidas no Brasil. Quanto às cores, todas serão vendidas por aqui – inclusive a vermelha (Firenze Red), um tanto inusitada para um SUV dessa categoria. “Se a gente oferece só preto, prata e branco, o cliente compra só preto, prata e branco”, justifica Resende. Segundo a montadora, são 18 mil combinações de cores, acabamentos, cores internas e do teto.

Impressões

O site G1 experimentou o novo Range Rover Vogue por cerca de 500 km, entre as cidades de Essaouira e Marrakesh, no Marrocos, no norte da África. A aventura começa no deserto, e as dunas de metros de altura são vencidas sem que o utilitário de luxo derrame uma gota de "suor". Se subir não é problema, descer das dunas é ainda mais fácil, graças ao sistema que segura o carro sozinho, sem intervenção do motorista. A inclinação é acentuada, e se contrapõe à sensação de segurança.
Já sobre os terrenos irregulares, o jipão parece flutuar, absorvendo de forma exemplar os trancos que muito SUV de madame transmitiria cruelmente aos ocupantes. Entre um deslocamento e outro, o motor turbodiesel V8 de 4.4 litros combina força, silêncio e suavidade, além de entrosamento com o câmbio automático de oito marchas.

Chegando a Marrakesh, uma inesperada estrada comparável às autobahns da Alemanha convida o motorista a explorar o lado esportivo do utilitário. Exceto pela direção de respostas um tanto lentas (mesmo para um SUV), o Range Rover tem comportamento de sedã esportivo, com aceleração vigorosa e capacidade de ultrapassar facilmente os 200 km/h. Mesmo em altas velocidades, o nível de ruído do carro contra o vento é mínimo.
Motor x direção

O motor mais prazeroso, sem dúvida, é o 5.0 V8 Supercharged, de 510 cv. Após um longo caminho pela estrada asfaltada, fica evidente que seu desempenho – que anota aceleração de 0 a 100 km/h em absurdos 5,4 segundos e velocidade máxima de 250 km/h. É o mais longe que um SUV com reais habilidades off-road pode chegar. Números mais elevados que esses seriam insanos para um carro dessa categoria e significam dar adeus ao complexo apetrecho para o fora de estrada. Mas, assim como no modelo a diesel, uma direção de comportamento mais afiado seria bem-vinda.
A única configuração de acabamento disponível para avaliação era a Autobiography, que traz, entre os principais equipamentos, sistema de áudio premium com 29 alto falantes, bancos traseiros com ajuste elétrico e memória, teto-solar panorâmico e ar-condicionado de quatro zonas, entre outros mimos.

O carro chega ao fim da jornada, que foi do deserto a altitudes de 3.100 metros, sem uma única avaria – seja no corpanzil de 2,3 toneladas ou na reputação. Beirando a perfeição no asfalto, na terra e no trato com os passageiros, se firma como o SUV definitivo.

O jornalista viajou a convite da Land Rover do Brasil.
Por: Rodrigo Mora / Fonte: G1.globo.com
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